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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Gary Snyder



Gary Snyder (Carluxo)

# CAPA # SIX AROUND 60 # SEIS POETAS # READINGS # UM POEMA # UM CONVITE

UM BANQUETE DE AMORAS 1 Casaco cor de barro, o passo macio, O velho crápula, um perdido Saudações! do Coiote, o Sacana, o gordo Filhote que abusou de si mesmo, o feio Jogador que traz as guloseimas. Na merda do urso as encontramos em agosto, Pilha asseada na fragrante trilha, no fim De agosto, talvez debaixo de uma lárice Um urso andou comendo amoras. Alto prado, verão tardio, nenhuma neve Urso negro comendo amoras, casado Com uma mulher cujos seios sangram De alimentar as crias semi-humanas. Em algum lugar com certeza há pessoas Catando e jogando fora, tagarelando sem parar. "Onde atiro minhas flechas "Está a sombra do girassol - canção da cascavel enrolada na virilha da pedra "K'ak, K'ak, K'ak! cantou o Coiote. Acasalando-se com a humanidade - A Serra Elétrica, tem uma queda pelas tábuas de pinho, dormitórios suburbanos, bloco sobre bloco Vacilarão diante deste grão e nó, As alucinações que vêm e passam cada manhã quando acordam os trabalhadores - as tábuas unidas pendendo do suporte, um caixote para prender o bípede. e a sombra dança em torno da árvore Esgueirando-se na amoreira de folha em folha através de cada dia A sombra dança em torno da árvore 2 Três, lá fora, através das janelas, Gatos saltam da aurora, bigodes cinza inflamados, restos de ratos na língua Lavando a cafeteira no rio o bebê gritando pelo café da manhã Os seios dela, bicos negros, veias azuladas, pendendo pesados da camisa larga, apertados com a mão livre jato branco em três xícaras. Gatos na aurora deitados deitados lá fora Riachos lavam onde a truta se aninha Mascamos fumo preto Dormimos sobre agulhas longas tardes "tu hás de ser coruja "tu Hás de ser pardal "vós haveis de crescer espessas e verdes, pessoas "haverão de vos comer, vós amoras! Coiote: tiros do carro, duas orelhas, um rabo, trazem fortuna. Clangores de passos a boiada de Shang movendo a estrada medida Sinos de bronze na garganta Esferas de bronze nos cornos, a boiada reluzente Cantando na luz da poeira e do sol rolando toras morro abaixo empilhando, amarela - trator a Lagarta caminhando tombando para a frente, a cada passo Folha a folha, raízes na vulcânica terra dourada. Quando A neve volta a se derreter nas árvores Ramos nus galhos de pinho sol quente nas flores molhadas Verdes rebentos de amora Irrompendo da neve. 3 Pança estufada em barril Peitos inchados de entornar cerveja, quem deseja o Nirvana? aqui há água, vinho cerveja livros suficientes para uma semana Uma confusão pós-parto, Um cheiro de terra quente, uma névoa morna Emana da virilha "Vocês não podem ser assassinos a vida inteira "As pessoas estão chegando - - e quando Magie O reviveu, trapo lasso pelo no rio Afogado e à deriva, comida de peixe no raso "Foda-se", cantou o Coiote e correu. Delicado preto-azulado, doçura dos prados pequenas e ácidas nos vales, com leve pó azul-claro, Amoras se dispersam pela floresta de pinheiros Amontoam-se pelos barrancos, escalam penhascos poeirentos, se espalham no ar com pássaros; Encontre-as nas fezes dos ursos. "Parou à noite "Comeu panquecas quentes num quarto iluminado "Bebeu café, leu jornal "Numa cidade estranha, saiu dirigindo cantando, assim que o bêbado desviou o carro "Despertem dos seus sonhos, damas luminosas! Apertem suas pernas, espremam demônios da boceta com coxas rijas "Jovens de olhos vermelhos virão "Com lânguidas ereções, sufocando "Gritos para secar seus corpos tesos ao sol! Acordou na praia. Madrugada cinzenta, Encharcada de chuva. Um homem nu Fritando sua carne de cavalo na pedra. 4 Coiote berra, uma faca! Sol nascente em pedras amarela. Pessoas se foram, a morte não é nenhum desastre Sol claro em céu polido vazio e brilhante Lagartos correm na escuridão Nós lagartos o sol em pedras amarelas. Veja, do pé do morro retalhados de rio reluzindo, rastejando, Para as planícies, a cidade: clarão de névoa na linha do vale O sol refletindo no vidro vibra e vai. De frescas primaveras sob o cedro De cócoras, sorriso branco, longa língua ofegante, ele observa: Cidade morta no estio, Onde crescem amoras.


'6 Poets at the Six Gallery' - Nossa releitura ocorreu em 8 de outubro de 2015, foram poemas coletados do livro A Nova Visão de Blake aos Beats, de Michael Mcclure, com tradução de Daniel Bueno, Luiza Leite & Sergio Cohn, lançado pela Azougue Editoral [2005]; e os poemas de John Hoffman, que foram livremente traduzidos por Marcelo Nietzsche, a partir do livro Tau & Journey to the End - Philip Lamantia, John Hoffman, lançado pela City Lights Pocket Poets Series [2008].
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Um Convite


7 de Outubro de 2015 [4ª-FEIRA] às 20hs, na Galeria Índica

LOCAL: R. Visconde de Pirajá, 82 Lj. 117 [sub]

**APOIO: Azougue Editorial



APRESENTAÇÃO:


Através de uma homenagem aos 60 anos da leitura na Six Gallery, quando a Beat Generation se fez conhecida nacionalmente nos Estados Unidos, procuramos fazer uma "releitura" do citado evento apresentando, principalmente, por meio de poesia as relações afetivas de construção e de projeção da beat generation.

Situamos a beat generation em seu tempo histórico e cultural.

Com isso evidenciamos seu diálogo não só com uma "tradição marginal" norte-americana mas com as vanguardas históricas e seu princípio de trazer a vida para a arte - notadamente com o surrealismo.

Seu comprometimento com o mundo por uma ação não só literáriamente. Seu engajamento ecológico. Sua "investigações" e opções místicas não ocidentais. Sua coneções com o jazz, com o rock, com a fotografia, basicamente com Robert Frank, que dirigiu Pull My Daisy, com roteiro e narração de Jack Kerouac e participação de Corso, Burroughs.

....

Além de poesia pretendemos fazer uso de outros recursos como o filme acima citado e trilha sonora de, entre outros, Charlie Parker.
....

Após estaremos disponíveis para diálogo com as pessoas interessadas. ....


[Convite: Marcelo Nietzsche e grupo "6around60"]


LEITURAS ADICIONAIS


Para além das leituras deste dia "Six Around 60", o evento comporta uma TERCEIRA PARTE: será aberta aos demais expoentes da geração Beat, nomes inevitáveis, como Gregory Corso, Carl Solomon, William Carlos Williams, Bob Kaufman, LeRoi Jones (Amiri Baraka) etc.. Ou as MULHERES, quase sempre esquecidas entre os Beats, como Joyce Johnson, Denise Levertov, Diane di Prima, Patti Smith etc.. Referências históricas que deram direção a literatura Beat, poetas como: Walt Whitman, William Blake, D.H.Lawrence, Rimbaud, Artaud, Baudelaire, Conde de Lautréamont, etc..

Poderão ser lidos poemas da geração posterior, "The Postbeat Poets", nomes como Anne Waldman, David Cope, Eileen Myles, Lesléa Newman, Jim Cohn, Randy Roark etc.. Divinal, meteórico, ocorreu com uma vasta safra de MÚSICOS, fosse no folk, rock, punk, a poesia intrincada em suas letras. Só no The Doors, Jim Morrison e Ray Manzarek eram grandes entusiastas da poesia falada, íntimos de vários Beats. Famosos na música pop norte-americana, como The Grateful Dead, Mick Jagger, Lou Reed, Tom Waits, muitos outros fecharam nessa corrente também.
Finalmente, os Beats Latino-Americanos: Eco Conteporáneo e Nueva Solidariedad na Argentina; Nadaístas na Colômbia. Ou do Brasil, como Luis Carlos Maciel [difusor da contracultura]; Roberto Piva, desde seu livro de estreia [Paranoia-1963]; José Agripino de Paula [Panamérica-1967]. Existiram Beats brasileiros, como Wally Salomão [Navilouca]; Torquato Neto; Roberto Bicelli; Alberto Marsicano; Antonio Bivar... Eduardo Bueno! E os atuais: espaços em branco deixados para nomes sugeridos, ou como quiser preenchê-los e etc. etc. etc..
Todos à leitura!

- Textos de Claudio Willer sobre:
"Conde de Lautreamont" [click!]

BEAT AND ...JAZZ...









Poetry for the Beat Generation - Jack Kerouac já vinha empolgado com a música, especialmente o Bebop Jazz, quando em 1957 foi agendado para uma performance acompanhada de jazz no Village Vanguard. Na noite de inauguração Kerouac estava muito nervoso e tímido, foi um desastre. Na segunda apresentação, Kerouac foi acompanhado por Steve Allen ao piano, que logo sugeriu que gravassem um áudio pela Dot Records.



Como havia sido um sucesso aquela noite, Kerouac preferiu em gravar de uma só vez, sem cortes, no improviso, mas o resultado não foi aprovado pelo presidente da gravadora, que achou o conteúdo obsceno, de gosto duvidoso, e mandou destruir a cópia.



Steve Allen não se conformou. Levou os originais para a Hanover Records, onde a ideia foi aceita e se tornou o álbum Poetry for the Beat Generation, o primeiro dos três discos que atualmente integram o pacote _The Jack Kerouac Collection.



- trecho: by Jack Kerouac e Steve Allen (on youtube):
'Charlie Parker' [click!]

- Charlie Parker (on youtube):
"Bebop" [click!]

Audio (on Archive Jazz Topics):
"Bird and Diz" [click!]














Disco: Bird and Diz

Gravadora: Verve Records

Ano: 1950

Banda:

Charlie Parker
[Sax Alto]

Dizzy Gillespie
[Trumpete]

Thelonious Monk
[Piano]

Curly Russell
[Baixo]

Buddy Rich
[Bateria]


SESSÃO CINE-CLUBE



Pull My Daisy
**O filme será apresentado às 20hs, como abertura do evento, não se atrasem!









Ficha Técnica:


[http://imdb.com/]











Ano: 1959
País: USA
Duração: Curta Metragem (30 min.)

Direção: Robert Frank e Alfred Leslie
*com intervenções de Jack Kerouac.

Narração: Jack Kerouac.

Elenco:
Allen Ginsberg,
Peter Orlovsky,
Gregory Corso,
Larry Rivers,
Alice Neel,
David Amram,
Richard Bellamy
Delphine Seyrig
Sally Gross
Pablo Frank,
Robert Frank.

Sinopse:
Baseado num incidente na vida do casal Neal e Carolyn Cassady, o filme conta a história de um jantar, quando um agente ferroviário e sua esposa recebem um respeitável padre em sua casa. No mesmo encontro, chegam amigos de bar do marido, gente de vida boêmia, que causam um choque entre sagrado e profano, quebram a cerimônia, iniciam uma festa.

- assista o filme (on vimeo):
"Pull My Daisy" [click!]

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